quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

ROUTE 66 e TRANSSIBERIANO

sobre as viagens não realizadas (1)...

a mítica ROUTE 66

Um dia acontecerá... em 2017, quando em New Mexico de passagem por Albuquerque a caminho de Santa Fé (Conferência) ainda trilhei uns poucos Kms de um dos fragmentos ainda existentes.

"U.S. Route 66 ou U.S. Highway 66 (US 66 ou Route 66), também conhecida como Will Rogers Highway, Main Street of America ou Mother Road, era uma das rodovias originais do sistema de rodovias dos EUA. US 66 foi estabelecido em 11 de novembro de 1926, com sinais de trânsito erguidos no ano seguinte. A rodovia, que se tornou uma das estradas mais famosas dos Estados Unidos, originalmente ia de Chicago, Illinois, passando por Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México e Arizona antes de terminar em Santa Monica, no condado de Los Angeles, Califórnia, cobrindo um total de 2.448 milhas (3.940 km).
No clássico romance americano de John Steinbeck, The Grapes of Wrath (1939 ), a estrada "Highway 66" simbolizava fuga e perda."




Sobre as viagens não realizadas (2)

O Transsiberiano... a viagem de uma vida!
 
Durante vários anos mantive um contacto muito perto, durante anos, com a Universidade de Lemonosov em Moscovo (estadias inesquecíveis), e várias visitas a diversos laboratórios no quadro da CE (Novosibirsk, Saint Petersburg, Kiev, Puschkin) e Kiev/Odessa (no quadro da Visita Presidencial de Jorge Sampaio, excelentes recordações). Em certa altura quase que pensei ir a Kamchatka, mas fiquei numa reunião em Vladimir/Suzdal, pois o visto não foi permitido para participar numa expedição por essas terras tão longínquas. Ficou o bichinho de Vladivostok.


O comboio Transsiberiano percorre uma linha ferroviária de 9289 quilómetros que liga a capital russ Moscovo à cidade portuária de Vladivostok na ponta leste do país. Atravessando oito fusos horários, são precisos setes dias inteiros – sem paragens –  para completar a viagem de Moscovo a Vladivostok no Transiberiano. Ainda hoje, é a linha ferroviária mais comprida do mundo. Em tempos considerada “a jóia mais preciosa da coroa dos Czares” As pessoas, de todo o mundo, que o embarcaram fizeram a viagem de uma vida.”



quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Ficcionando ... em torno da Pandemia

Ficção científica é um género literário que usa conceitos ficcionais e imaginativos, relacionados com futuro, ciência e tecnologia, e seus impactos e/ou consequências na sociedade ou nos indivíduos. Em geral nem sempre o futuro descrito em ficção é agradável nem aquilo que queríamos que fosse. Mas também pode augurar algo de bom no que há de vir.

 

Junto aqui dois textos meus (um que já tinha postado) com duas visões desses futuros em tempo de pandemia.

 

 

Texto 1

Em 2030 ...

 

Hoje fiz 18 anos. Desde o começo da pandemia (em 2020) passaram-se 10 anos. Pois, nessa altura tinha 8 anos, e o que estava a acontecer ia sendo apercebido, mas muito filtrado pelos que me rodeavam. Em Março de 2020, por alguns meses, não fui à escola, até me diverti com a aprendizagem na TV, uns professores mais cromos que outros, mas todos a tentarem fazer o seu melhor e a adaptarem-se aquelas novas realidades e ia vendo também o professor oficial. Na bolha em que vivi com os meus pais e, em rasgos ocasionais, ver os meus tios, primos e avós (quando passava na rua deles e acenávamos para a varanda), o modo de manter contacto era o whatsapp e skype (e zoom). As coisas decorriam paulatinamente e a situação até não parecia muito anormal. Em Maio de 2020, finalmente juntámo-nos ao ar livre e o verão foi relativamente ameno, com muitas máscaras à volta que levantavam pistas de que havia problemas. Os meus primos e irmão levavam a sua na boa, e na realidade estavam contentes com a bolha mais alargada que lhes trazia um certo conforto.

E depois voltámos à escola em set/out, mas notava que havia muita preocupação...  e enormes problemas nos hospitais.

Houve coisas que percebia que iam ser difíceis de fazer tão cedo. Na “bolha familiar” falava-se de viagens e de festas de outrora (em particular de festas de anos... o meu irmão teve algo muito restrito) e na realidade viajar de avião era prática que eu e os miúdos da bolha pouco conhecíamos, e nem sequer comprar caramelos, como dizia o meu avô, a Badajoz...

Foi há 10 anos ... hoje continua a estar muito calor. Na realidade, o clima tem-se alterado, e tenho seguido as causas das alterações climáticas. Não só o calor, mas a instabilidade das condições atmosféricas. Em 2020, as promessas sobre uma vacina para a pandemia traziam esperanças, mas a falta de adesão das populações e as dificuldades de produção arrastaram o processo. Agora, em alguns países ainda continua o processo de vacinação e estamos talvez à beira de atingir a tão desejada imunidade. Acho que aprendi a viver nestes 10 anos em altos e baixos. Fomos acompanhados de muitas baixas. Mantive um núcleo de amigos restritos, fora da bolha, com intermitências de presenciais e online na escola. A minha formação académica foi-se fazendo, muito apoiado pela família. Temos discutido, na bolha, que rumo tomar. Nem eu próprio sei. Sinto que devo procurar ter uma formação mais generalista, multidisciplinar. Mas o panorama não é brilhante. O pequeno comércio continua a ser uma ilha que nos permite sobreviver...  espaços maiores abrem e fecham. Aprendemos a viver com o essencial. A maior parte do trabalho é precário... a vida dos operacionais da saúde é um sobressalto constante. Penso que tenho de encontrar um nicho de trabalho, autónomo, que permita operar de casa. 

De vez em quando vejo filmes de antes... difícil de relacionar... são “realidades” que desconhecemos... os jantares em grandes grupos, os grandes concertos, as grandes salas de espetáculos. As “diversões” são muito manipuladas pelas cadeias de TV, como tem acontecido desde 2020. 

E o calor continua...




 

Texto 2

No tempo em que o vírus acabou...

 

Todos passámos pela experiência de viver um sonho (ou um pesadelo), que nos impressionou. Mas ao acordar, passados 5-10 mins, é difícil reproduzir os acontecimentos de um modo detalhado e acabam no esquecimento. Hoje foi uma dessas noites visitadas por um bom sonho, e neste caso, assim como nas ideias repentinas, gravar de imediato o momento vivido, por palavras no telemóvel (mesmo às 6am), pode ser a solução para conservar um registo.

 

O sonho falava no tempo em que o vírus acabou... e a cidade comemorou o final deste período inaudito... a cidade estava em festa e engalanada, todos queriam comemorar com todos, uma grande sede de abraços, beijos, de conversas a menos de 2m... o reencontro com aqueles que tanto gostávamos e com aqueles que não tanto.

No tempo em que o vírus acabou, houve música, muita música e dançámos... e comemos e bebemos. Trocámos flores, mas não eram cravos, eram todas as flores com todas as cores, um 1º de Maio renovado. Houve teatro e cinema à noite. O medo e a solidão partiram.

No tempo em que o vírus acabou... não queríamos mais lembrar o que se tinha passado. Queríamos acreditar (e tínhamos de acreditar) que o futuro ia ser melhor, mas diferente, a vida não seria igual, mas ia ser VIDA.

No tempo em que o vírus acabou... lembrámos os que tinham partido, os nossos e os outros. Cantámos até a garganta doer: a “Marselhesa”, a “Bella Ciao”... e as nossas canções... e as línguas, faladas pela multidão, tinham-se fundido numa Babel entendível.

No tempo em que o vírus acabou... vai acontecer!








 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

domingo, 3 de janeiro de 2021

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

um dos bons filmes de 2020

Não foi um ano de muitas visualizações nos grandes écrans...

Mas este ficará na memória...

MALMKROG, Cristi Puiu

Todo filmado em interiores, falado principalmente num francês apurado, uma longa e palavrosa discussão entre aristrocatas russos (quase um manual de filosofia) sobre as visões do final do século 19 em volta de religião, guerra e bem contra o mal... O tema europeísmo é excelentemente desenvolvido.
Excelentes encruzamentos com as cenas domésticas e alguma premonição da revolução russa que viria...
Um grande risco cinematográfico muito bem sucedido. *****
Um filme prejudicado pela situação pandémica... merecia melhores audiências






terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Luta desigual

Em setembro 18 2020, morreu Ruth Bader Ginsburg, a segunda mulher juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos apontada por Bill Cliton (96 votos a favor em 100, em 1993). Uma figura icónica pela defesa da igualdade de género e liberdades individuais.

O filme “On the Basis of Sex” (Uma Luta Desigual), um filme biográfico de 2018 baseado na vida e casos iniciais de Ginsburg (período de 1970), realizado por Mimi Leder e guião de Daniel Stiepleman, com Felicity Jones como Ginsburg, descrevem bem os tempos difíceis, antes da nomeação para o Supremo.







um filme curto...

Em 2019, escrevi um pequeno livro de Contos Breves (11+1). 

António Abernú, Ator, Encenador, Formador, e Autor de textos para Teatro, escolheu um dos textos (ESPERO QUE SE ENCONTRE BEM) e realizou um pequeno filme. Obrigado António pela imaginação e amizade.

O filme faz parte do projeto cultura_online e foi divulgado a partir de setembro 2020 pela Biblioteca da FCT NOVA (instagram, facebook e webpage).


http://bibliotecaunl.blogspot.com/2020/09/contos-breves-filme.html