Temos tido um Primeiro Ministro e um Governo “exemplares”. Os cortes salariais e a perda das noções de estado social são confrangedoras. A loucura do défice (já a outra senhora de má memoria também tinha esta fixação) levaram a que o governo seja mais troikiana que a própria Troika. A dita classe média, os funcionários públicos, os aposentados apanharam com tudo em cima. Os mais pobres mais pobres ficaram e os muitos ricos inantigíveis. A época de Natal leva a reflexões. Quem passeia por centros comerciais nota que se compram quase só brinquedos e roupa. Os mais ricos continuam a comprar de tudo claro. Em geral, a pessoas restringem-se nas compras. As prendas são mais frugais... nada de mal... à minha volta vejo prendas que são “home made”... compotas, biscoitos, trabalhos de malha e de recuperação de desperdícios, nas ruas vende-se pão quente de forno, cheiros, e pequenas propostas de cariz artesanal, etc. Os portugueses usam alternativas para “iluminar” a cidade sem luzes, para percorrerem instituições públicas às escuras, trabalharem, em condições adversas, etc. Não chegando, o senhor Primeiro Ministro sugere que os portugueses partam para Angola e Brasil, e um dos seus apaniguados teve a brilhante ideia de querer criar uma agência de "acompanhamento" ao emigrante. Enviar os jovens para fora e drenar o país da sua inteligência? Os jovens devem ter mobilidade, oportunidades de se confrontarem com sociedades e mercados externos, mas o país deve dar sinal que os receberá de volta, lhes dará oportunidades para utilizarem saberes adquiridos.
O senhor Primeiro Ministro demitiu-se. Demonstrou publicamente que já não acredita que tenha soluções. Deverá continuar?
Mas ao menos o Senhor Primeiro Ministro não conseguiu uma coisa: destruir a imaginação dos portugueses que procuram alternativas, com muito pouco, quase nada. Na verdade, não há machado que corte a raiz ao pensamento…
Gostava de ser assim optimista mas acho que a "terapia de choque" está a funcionar: o povo continua 'sereno' e o pensamento e a imaginação ainda não têm voz ou é pouco audível:
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