O
pensamento (e a conversa) são como as cerejas… tira-se uma e arrastamos várias,
em pés entrelaçados. No outro dia em conversa com amigos, falávamos de
sentirmos muitas vezes vontade de reler livros que nos marcaram, noutros tempos.
Falámos de Tennessee Williams, Steinbeck e mais tarde veio à mente Daphne du
Maurier, e esta escritora trouxe à baila a Cornualha.
A
Cornualha tem escarpas agrestes e é um local mítico de brumas e nevoeiros
originados no mar, terras de mistério, fantasmas e piratas. Mas também um local
literário e artístico. Como por acaso, tenho passado os olhos por várias referências
a este aspecto (um exemplo foi um artigo dedicado à Cornualha na revista da TAP). Daphane du Maurier escreveu naqueles cenários Rebecca (um enorme sucesso que Hitchcock usou como argumento, assim como outro livro da escritora, Jamaica Inn e muitos mais).
O
saque e a pirataria não escaparam a Rudyard Kippling no poema Smugler´s Song.
Terras do Rei Artur, que Marian Zimmer Bradley usou na saga Brumas de Avalon e
por onde Harry Potter andou. Atraiu tragicamente Isolda que vinha casar com
Marcos, Rei da Cornualha, e se apaixonou por Tristão. Thomas Hardy, D. H.
Lawrence, Virginia Wool e Jonh Le Carré encontaram refúgio nas paisagens
voluntariosas. Paul Theroux viajou por lá de combóio. Gilbert and Sullivan
viram associado a sua ópera cómica Pirates of Pezance, ao grupo local de rugby,
hoje conhecido por Cornish Pirates. Esta presença artística levou a Tate
Gallery a abrir um galeria num lugar chamado St. Ives.
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