Um poema épico (1572) por Luís de Camões.
Era difícil quando tínhamos 15 anos. Vale a pena reler de novo.
Lembram-se? Uma viagem maravilhosa deste povo que tem de acreditar em si, cada vez mais, para sair deste marasmo e libertar-se desta vaga de políticos sem escrúpulos e com Alzeimer.
Um grande povo que deu muito e tem muito a dar ao mundo ainda.
E são os Portugueses, o Vasco da Gama, a Inês de Castro, e Venus que nos ama... e uma ocasião única de ler bom português, maleável, rico, complexo e simples, com tonalidades que vão de novo surpreender...
Acredite, aposte, releia e... fale aos amigos.
E tem uma grande vantagem... abre onde quiser, delicia-se, salta páginas e continua... e volta a atrás...
Um pequeno “memoire-guia”...
Descrição da narrative (highlights)
Canto I (O concílio dos deuses, A ilha de Moçambique e o piloto mour
Canto II (Cilada em Mombaça, Chegada a Melinde)
Canto III (Egas Moniz, Batalha de Ourique, Dinastia de Borgonha, Inês de Castro, D. Fernando
Canto IV (Batalha de Aljubarrota, Expansão portuguesa, O Velho do Restelo)
Canto V (Fernão Veloso, O Adamastor)
Canto VI (Os doze de Inglaterra, A tempestade)
Canto VII
Canto VIII (Painel da história de Portugal, Tratado com o Samorim)
Canto IX (A Ilha dos Amores)
Canto X (A profecia da Sirena, A máquina do mundo)
Comece pelo Canto I (o clássico)
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
....
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
E emocione-se com a tragédia da bela Inês (Canto III)...
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam:
...
Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co'o sangue só da morte indina
Matar do firme amor o fogo aceso.
....
Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
......
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.
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