sábado, 25 de agosto de 2012

... great Judie!



Judie Foster disserta sobre as atribulações da formação específica do ator — um texto genuinamente político sobre o ser ator, disponível no site The Daily Beast, associado da revista Newsweek (o papel do ator e a privacidade)

Representar tem tudo a ver com a comunicação da vulnerabilidade, permitindo que a verdade que temos dentro de nós possa expor-se, independentemente de parecer disparatada ou vergonhosa. Abrirmo-nos e entregarmo-nos completamente. É um ato de liberdade, amor, conexão. Os atores adoram ser conhecidos, profundamente, através das subtilezas das personagens, as suas imperfeições, complexidades, instintos, a sua disponibilidade para a queda. Quanto menos medo temos, mais verdadeira é a interpretação. Como é possível fazer isso, sabendo que se vai ser pessoalmente julgado, visado, atraiçoado? Quando se é esperto, aprende-se a separar as coisas de forma consciente, a criar compartimentos. Fechar as nossas emoções num cofre de segurança é, de facto, útil quando o público atira pedras. O objectivo é sobreviver, intacto ou não, seja qual for o preço emocional. Os atores que se tornam celebridades são supostos mostrarem-se agradecidos pelo interesse público. Afinal de contas, são pagos. Só para deixar as coisas muito claras: o salário para uma determinada performance no ecrã não inclui o direito a invadir a privacidade seja de quem for, destruindo a identidade de uma pessoa.

João Lopes em sound + vision (blog)

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