2/3 dos estudantes universitários pensam partir para fora de
Portugal, na procura de um emprego condigno, onde possam aplicar os
conhecimentos que aprenderam. Este é o resultado de um inquérito feito pelas
Associações de Estudantes. Um resultado que não surpreende tendo em conta que a
maioria dos nossos licenciados só encontram posições em "call centers" e como "caixas de supermercado".
Se falarmos ainda de outras ocupações que decorrem normais
como empregabilidade de jovens licenciados, por exemplo a investigação
científica, sabemos que, de cerca de 1000 bolsas que foram dado no âmbito do Programa Ciência pela FCT, as renovações não vão ser efectuadas e foi aberto um
concurso que vai contemplar só 80 lugares.
Em termos de oportunidades e remunerações é confrangedor ver
as ofertas feitas a engenheiros, arquitectos, em termos salariais e mais ainda
das condições exigidas e horários que são verdadeiras explorações laborais.
Mais ainda, todo o jogo de contratos e recibos verdes, e outras precariedades
parece estar quase à margem da lei. Já para não falar a escandalosa oferta
salarial feita à classe de enfermagem.
A juntar a tudo isto, as "magníficas" e “oportunas” palavras do
nosso PM que incentivou ao exodo dos nossos jovens.
A insegurança a todos os níveis, o novo paradigma de que o
emprego não está relacionado com estabilidade, a escassez de empregos e oportunidades, leva a esta drenagem de mão de
obra qualificada. Muito preocupante, tanto mais que o País investiu nesse
enorme número de alunos universitários, que “ainda” saem das nossas Universidades
com uma preparação excelente e vão abraçar projectos noutros países,
enriquecendo esses tecidos produtivos, em detrimento da inovação e progresso do
nosso país. Sem que estas palavras sejam em detrimento de permuta de técnicos, aprendizagem e formação fora e de troca de experiências e descobertas de novos ambientes e práticas.
Em tempos passados havia uma política diferente, mais humana
e de empregabilidade. Investiu-se, no passado, em todo um programa que estava a
requalificar o emprego jovem em Portugal. Infelizmente, parece ser prática corrente, que quando se muda
de governo, haver uma necessidade de tudo começar de novo, e não atender a que
programas e medidas válidos deviam ser
preservados e continuados, sem pôr labels a governos ou forças políticas. Lamentavelmente,
parece que quando de muda de socialistas para sociais democratas, mais uma vez, o ser humano e a pessoa é esquecida e apenas se elevam os valores de tecnocracidade
e objectivos do imediato, custem o que custar.
Uma situação preocupante e castradora que parece não ser prioritária
para os governantes e que vão lesar irreversivelmente o futuro de todos nós.
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