No
ano em que celebra 80 anos, o pintor e escultor colombiano Fernando Botero
apresenta “Viacrusis La Pasion de Cristo” ao mundo. A exposição, uma homenagem
aos primitivos italianos da primeira metade do século XV, bem como aos pintores
do Renascimento, chega a Lisboa a 14 de novembro, naquele que será o seu primeiro
destino de itinerância. Ficará patente até 27 de Janeiro de 2013 na Galeria do
Rei D. Luís I, no Palácio da Ajuda, de onde seguirá para a Alemanha, Espanha,
Líbano e México.
27
óleos de grande escala e 34 desenhos
obras
produzidas recentemente e apresentadas agora pela primeira vez
Fiel aos acontecimentos da vida de Cristo, o
pintor não deixa, contudo, de os retratar com a originalidade do seu traço. Se
muitos antes dele pintaram a Paixão de Cristo tendo como cenário fortalezas
medievais e paisagens bucólicas pontuadas por colinas, Botero insere-a agora em
contextos que vão da Big Apple mundana às povoações de Antioquía (a sua região
de origem) e aos cartéis da droga. Isto para não falar de Cristo, cuja figura deixa
pela primeira vez de ser esguia, para passar a ser volumosa e obesa, como todas
as personagens icónicas do trabalho de Botero. Ou para não falar de Judas, que
num dos desenhos toma a forma de Pablo Escobar. De resto, as alusões ao patrão
da droga e seus comandantes atravessa grande parte de “Viacrusis”. A violência
do passado recente e do presente colombiano a par da crucificação, da perda e
da morte — Maria é outra das personagens bíblicas mais retratadas na mostra. No
seu conjunto, todas as peças em exposição têm em comum a mesma maneira única de
expressar a emoção humana e a sua dimensão. Portugal acolhera uma grande
exposição de Botero em 1998, que consistiu na instalação no Terreiro do Paço,
em Lisboa, de 18 esculturas monumentais.
Sem comentários:
Enviar um comentário