Pedro Capalez é um dos maiores pintores portugueses contemporaneos.
Muito representado em vários espaços e galerias, surpreende pela técnica e desafio
das propostas. Em Calapez a mancha pictórica ganha aspectos antagónicos:
transparência e opacidade, espessura e fluidez.
Estudou na ESBAL e afirmou-se
como pintor na 1ª metade da década de 80 em exposições como Depois do
Modernismo e Arquipélago.
Produzindo pinturas por incisão, próximas da tradição da
gravura e interessou-se pelo tratamento pictórico/arquitectónico do espaço. A
arquitectura é uma das referências organizadoras da obra de Calapez, mas esta
arquitectura, riscada à superfície do suporte, apresenta caminhos, fachadas, ou
pontos de fuga que se contradizem, criando paisagens inverosímeis. Uma
arquitectura que remete para a cenografia, ao funcionar como um empilhar de
fragmentos cuja aparência teatral insinua um espaço de representação. Mas esta
é uma cenografia residual, abandonada pelos actores, a narrativa e o drama que
algum dia a terão habitado. E talvez não seja por acaso que uma das obras mais
representativas de Capapez está no foyer do Teatro de Almada.
Calapez
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