domingo, 8 de abril de 2012

Não gosto de...

Jorge Silva Melo deu uma série de quatro palestras na CULTURGEST, em Janeiro último, com o título “Não gosto de...”

Seguindo a receita:

Não gosto de Futebol
Não gosto de Fado
Não vou a  Fátima

"Portuguesmente incorrecto"? Talvez!

Mas outras coisas não gosto...

Não gosto dos Comentaristas de Futebol
Meu Deus. Aqueles programas, em particular depois dos jogos, são para débeis mentais. Os raciocínios (se isso se pode chamar) são circulares e e os conteúdos vazios e sem sentido. Falar por falar. E há cada um que gosta mesmo de se ouvir... um do Porto que nos enche o écran (e o seu ego não é pequeno), um senhor casado com uma conhecida jornalista que se desdobra em comentários cheios de preciosidades, enfim para não nomear os outros... e tudo se passa com um ar de grande profundidade e como se tirasse daquilo algum proveito. Mas o que é mais interessante é que alguém, naqueles programas que passam em primetime, deve ter descoberto folhas de cálculo e como fazer tabelas. Então vemos que nos jogos passados do Clube X com Clube Y se marcaram n golos nos primeiro 45 mins e m golos nos segundos, tantos cantos, tantos ataques... como se estas estísticas pudessem estabelecer prognósticos tendo em conta as probabilidades e casualidades de cada jogo (variação de jogadores, estado do terreno, local, condições climáticas, etc, etc... ). Se a equipa fizer assim ou assado... Conversa vazia. Poupem-nos... Já não falando das discussões eloquentes de quem vai ficar em primeiro, segundo, etc... se neste jogo este ganhar, ou aquele empatar, enfim... cenários de grandes estratégias. Façam um pequeno programa computacional e todas as hipóteses serão listadas e estamos livres destes senhores da bola.

Não gosto de alguns Políticos (e seus comentaristas)
Este é outro equívoco. Particularizo a discussão actual sobre devolução aos portugueses dos meses retidos, tendo sido indicado agora que só vão acontecer em 2015 e a prestações. Mais grave, hoje o primeiro ministro anunciou que Portugal nâo deve estar nos mercados económicos tão cedo. Quando se é partido do governo deve-se ser sério nas afirmações de matérias que tocam de muito perto os portugueses. Quando se é oposição deve efectivamente fazer-se oposição, apresentar alternativas e ser um guardião de valores que podem comprometer ou permitir todo um futuro próximo.
Mas meus senhores... a situação é de tal modo grave, que ninguém, mesmo ninguém (repito) pode garantir se em alguns meses estamos a entrar em estabilidade ou a pedir, de novo, apoios... assim os nosso PM (que é um bom aluno dos poderosos da Europa) e o nosso Ministro das Finanças (um pouco talibã) devem refrear-se de fazer previsões de bola de cristal e a oposição não pode envolver-se em argumentos (e penalizar o governo) sobre se a devolução deve ser em 2013, 2014, 2015... Parece-me um discurso muito pobre de quem não tem nada a opor, nem alternativas a apresentar (diferentes e construtivas).
É isso que nos falta: um discurso não governamental inovador (e se fosse redentor ainda melhor!).
E por favor os comentaristas abstenham-se de querer tirar a saca rolhas informação não relevante.



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