Cá estamos os dois.. eu e tu, teclado. E o écran de fundo, testemunho deste projecto de colaboração. Deixemo-nos embalar pelo suave teclar… na Parte 1 não nos saímos muito bem. Ou melhor, saiu o que saiu… talvez um processo catártico, de deitar para fora o que não gostamos e/ou escrever sobre o que nos preocupa. Mas a vida não é feita só de chatices… temos de tirar partido do lado bom das coisas, que existe e que está à nossa volta, mas que nos passa muitas vezes ao lado, ou não… aquelas existências (omnipresentes) que de tão comuns nem sabemos que lá estão…
Importante é tentar não perder tempo com o que não vale a pena. Seleccionar. Saber diferenciar o que é relevante ou não. O menos bom, relativizar… No fim, saber gerir o tempo. E deixar tempo para muitas coisas em que vale a pena investir. Os que têm a sorte de ter uma actividade (trabalho/emprego) que gostam, estarão mais realizados e o tempo ocupado com essas actividades passa a correr. É a auto-satisfação. A motivação leva a estados de fluxo… de bem estar. De realização. De felicidade. Engraçada esta palavra. Que é felicidade? Lá voltamos ao bem estar, sentirmo-nos bem. Mas auto-realização não chega (embora ajude). Estar bem connosco, significa uma auto-estima elevada, um “Eu” preenchido, mas que requer um certa avaliação externa. Isso parte pelo reconhecimento dos pares, do meio envolvente, laboral em particular, mas muito mais importante, um meio muito mais alargado. E aqui teclado deixa-me partir sem limites. Os amigos são algo muito importante. E os amigos escolhemos nós… logo… mas saber que eles existem, que, (por vezes, longe) estão presentes, que podemos contar com eles, em conjunto, individualmente, saber que alguém nos pode (e sabe) ouvir quando é preciso sem cobrar nada (para além da amizade), no sigilo, na partilha e na entrega…
E teclado, continuemos… hoje estamos mais positivos. A portar-nos melhor. Contra os problemas e as fragilidades próprias do sistema, é bom tentar refúgio em pequenos (grandes) nadas que nos podem dar conforto... o nascer do sol, uma brisa, umas gotas de chuva, uma música, em particular, algo que achemos belo (pode ser para mim e não para os outros, mas que importa?). E agora estás a querer falar de beleza? Porque não? Algo de tão relativo, mas que introduz a estética, algo de tão reconfortante e amparador. Olha para um quadro. Gostas porque gostas. Esse é o momento crucial. A chamada “experiência estética”… o amor à primeira vista. Depois em pintura (como em música e outras artes) há toda uma aprendizagem, associações e memórias anteriores que nos levam a um estádio mais elevado. Experiências estéticas que vão depurando o (nosso) mundo… Outro conforto, mais sofisticado, mas os primeiros amores deixam muitas vezes sensações novas, inesperadas, evocam e renovam emoções … com notas mais vibrantes…
E com a estética, vem a ética. Estamos em consonância teclado. Criando um espaço de tempo próprio e estimulador, um bom ambiente… Algo de reconfortante, atinge-se o equilíbrio pelo respeito aos outros. Momentos de solidão são possíveis, bons (e necessários), mas vivemos numa sociedade que é uma teia cada vez mais complexa, cada vez mais emaranhada pelas conexões múltiplas, que longíquas nos tornam próximos. Impossível não termos de enfrentar a realidade e estarmos desconectados.
Olha meu amigo, com dedos (e alma) que suavemente vais conhecendo… escrevamos, mas nem sei se isto faz sentido…
Mais positivos hoje, isso sim! Só se insistires muito, haverá a Parte 3...
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