LA
VALSE
Curta-metragem
Estreia
absoluta 1 de Junho 2012, Teatro Camões
Um filme magnífico...
Realização
João Botelho | Coreografia Paulo Ribeiro
Música Maurice
Ravel
Direção
musical do Maestro Pedro de Freitas Branco (Paris, 1953)
Co-Produção
AR DE FILMES / CNB
Com os
bailarinos da Companhia Nacional de Bailado
Foi
intenção de Maurice Ravel, cerca de 1906, compor para orquestra um tributo à
valsa e a Johann Strauss II. Pretendia que fosse uma obra romântica, que
intitulou La Valse, un poème chorégraphique, e sobre a qual escreveu ser ‘uma
espécie de apoteose da valsa vienense mesclando-se na minha cabeça com a ideia
de turbilhão fantástico do destino.’ Acontece porém, que Ravel acaba por se
alistar no exército e interrompe a sua criação musical. Só em 1919, após a 1.ª
Guerra Mundial, retoma a ideia, em resposta a uma encomenda de Serguei
Diaghilev, para os Ballets Russes. Ravel refaz integralmente a concepção
inicial.
Influenciado
pela experiência da guerra, o romantismo perde dominância e o ritmo da valsa
deriva frequentemente para o caos, numa metáfora à Europa de então. A estreia
acabou por acontecer em dezembro de 1920, sem que Diaghilev a tivesse
utilizado, por a ter considerado ‘não como um ballet, mas como um retrato de um
bailado.’ George Balanchine viria a coreografar a composição de Ravel, cerca de
trinta anos mais tarde.
Quando
os laços da Europa são repetidamente equacionados, a CNB desafia um coreógrafo
e um realizador a explorarem a composição de Ravel e a conceberem um olhar cinematográfico
sobre o movimento dos corpos.
A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA
Direção/Coreografia Olga Roriz · Música Igor
Stravinski, Le Sacre du Printemps · Cenografia Pedro Santiago Cal ·
Figurinos Olga Roriz e Pedro Santiago Cal · Desenho de luz Clemente
Cuba · Assistente da coreógrafa Sylvia Rijmer
Estreia absoluta
Lisboa, Centro Cultural de Belém, Companhia COR,
29 de maio de 2010
«Apenas o facto de escrever ou deixar escapar-me
da boca a conjugação destas simples palavras «a minha Sagração», me transtorna
a mente, o coração, a flor da pele. O tempo parece não ter passado desde que,
ainda jovem, interpretei o papel da eleita do coreógrafo Joseph Roussillo no
Ballet Gulbenkian. O tempo parece não ter passado desde a primeira vez que vi,
num minúsculo televisor, a versão de Pina e ter decidido nunca coreografar esta
peça. O tempo parece não ter passado desde a polémica estreia de
Nijinski/Stravinski. Mas o tempo passou e a obra perdura no nosso imaginário
cultural. O fascínio e respeito pela partitura foram determinantes para a minha
interpretação, construção dramatúrgica e coreográfica da peça. A fidelidade ao guião de Stravinski foi, desde o
início, o único caminho com o qual me propus confrontar. No entanto, dois
aspectos se distanciaram do conceito original. Visões personalizadas que
imprimem à história uma lógica mais possível à minha compreensão, mais
aprazível à minha manipulação.
Em 1.º lugar concedi ao personagem do Sábio um
protagonismo invulgar, sendo ele que inicia a peça. Ainda em silêncio e durante
todo o Prelúdio habita o espaço solitário e vazio traçando nos seus gestos um
percurso de premunição, antecipação e preparação do terreno para o ritual. A 2º
opção, que se distancia drasticamente do conceito original, reside no facto de
o personagem da Eleita não ser tratada como uma vítima no sentido dramático da
questão. A minha Eleita sente-se uma privilegiada e quer dançar até sucumbir.
Em nenhum momento se sente obrigada ou castigada nem o medo a invade. Ela expõe
a sua força e energia vitais lutando cegamente contra o cansaço.»
Em digressão pelo país!
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