sexta-feira, 18 de julho de 2014

...acaba HOJE!

31º FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA
4 DE JULHO A 18 DE JULHO

texto do press release

Há quem o conheça como "o Avignon de Portugal”. Um crítico galego chegou a chamar-lhe mesmo “um transatlântico movido a pedais”. Nasceu há três décadas, em 1984, por iniciativa de Joaquim Benite que, alguns anos antes, trocara a capital onde tudo acontecia por uma terra de gentes de trabalho na margem sul do Tejo, para fundar a Companhia de Teatro de Almada. De pequena mostra de companhias amadoras, cresceu, solidificou-se e trouxe até nós os nomes maiores da nobre arte do teatro. Hoje, o Festival de Almada é património de uma cidade, de uma região, de um país. É o maior evento teatral realizado em Portugal e, mesmo sem a presença física de “mestre” Benite, continua, por obra de Rodrigo Francisco, atual diretor, a apresentar o melhor do teatro e das artes performativas mundiais.
“Não fazemos festivais temáticos”, sublinha Rodrigo Francisco. “Aquilo que sustenta a nossa escolha é a qualidade e o facto de cada espetáculo ser representativo daquilo que se faz no mundo”, acrescenta. Nesta edição, o Festival apresenta seis estreias, assumindo “um certo gosto pelo risco”. A destacar, duas produções de fôlego: Paysage Inconnu, a última criação do prestigiado coreógrafo Josef Nadj, e Cais Oeste, de Bernard-Marie Koltès, encenado pelo croata Ivica Buljan com a Companhia de Teatro de Almada.
Para além dos espetáculos de rua, o Festival de Almada apresentou 30 produções provenientes de vários países da Europa, Canadá e Argentina. O ciclo dedicado ao novíssimo teatro argentino, com coletivos da cidade de Buenos Aires; as criações dos prestigiados Declan Donnellan (Ubu Roi, de Alfred Jarry), Joël Pommerat (La Réunification des Deux Corées), Paco de La Zaranda (El Régimen del Pienso, de Eusebio Calonge) e Emma Dante (Le Sorelle Macaluso) são apenas alguns exemplos da programação de luxo desta edição.
O teatro português marcou também presença na festa. Para além do encontro com as mais recentes produções da Cornucópia de Luís Miguel Cintra (Íon, a partir de Eurípedes), d’ O Bando de João Brites (Almada de Quarentena) ou do Meridional de Miguel Seabra e Natália Luiza (Al Pantalone, de Mário Botequilha), destacam-se dois espetáculos em torno da poesia: Ode Marítima, de Álvaro de Campos, com Diogo Infante, e Os Lusíadas (na integra), de Luís de Camões, numa “contação” de António Fonseca. Do norte do país, chegam os Circolando (e o seu Arraial Deluxe) ou o Teatro Oficina (com Círculo de Transformação em Espelho, de Annie Baker), e de Torres Vedras, a Companhia João Garcia Miguel (Os Negros e os Deuses do Norte).

A personalidade homenageada nesta edição foi o ator e encenador Luís Miguel Cintra (ver itens relacionados), que teve uma exposição concebida por Cristina Reis sobre o seu percurso e, inevitavelmente, o do Teatro da Cornucópia, que cumpriu em 2013 quatro décadas de existência. A imagem desta 31.ª edição é da autoria do pintor Manuel Vieira, que terá uma exposição de trabalhos recentes na Casa da Cerca, em Almada.


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