| José Jorge Letria
Escritor,
jornalista e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores
DAS
CULTURAS
Há
alguns meses, Le Monde des Livres publicou um interessante e inesperado
manifesto, assinado por 33 escritores de várias nacionalidades, propondo, com
base num conceito abrangente e inovador, a criação de uma Cidade Internacional
da Literatura. O manifesto, que não prescreveu nem caiu no esquecimento, é
assinado, entre outros, por Paul Auster (Estados Unidos da América), Javier
Cercas (Espanha), Peter Esterházy (Hungria), Pierre Bayard, Pierre Michon,
Nancy Huston, Ersi Sotiropoulos (Grécia) e Alberto Manguel (Canadá).
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Independentemente
das tecnologias que lhe asseguram a difusão, o livro continua a ser um poderoso
pilar da partilha de saberes. O livro e a leitura constituem importantes
factores de progresso e entendimento crítico da realidade, sendo raros os
momentos em que se debate a vida cultural de uma região ou de um país sem se
dar a este sector criativo e industrial o relevo que ele amplamente merece.
Esse destaque resulta da circunstância de o livro envolver vertentes
fundamentais como o saber, a educação, a cultura, o sentido da liberdade e a
própria emancipação social. Quem lê e sabe o que e por que lê torna-se
seguramente mais livre e mais seguro do caminho que pretende percorrer,
constrangido ou não pelas dificuldades de índole social, económica e financeira
que se multiplicam em seu redor.
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O
projecto desta Cidade Internacional, que também deve estimular os portugueses
ligados a este sector, mostra que a Europa atingida pela crise, que também
deixou marcas pesadas na fase inicial do Mundial do Brasil, não será por
carência de ideias que desistirá de delinear um futuro que represente as
mudanças que abrem portas à esperança, à confiança e ao futuro, caiba o que
couber nesta palavra, a começar pelo valor da liberdade.
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/uma-cidade-internacional-para-a-literatura-1663263
(fonte)
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