domingo, 3 de maio de 2020

... ficção !

No tempo em que o vírus acabou...

Todos passámos pela experiência de viver um sonho (ou um pesadelo), que nos impressionou. Mas ao acordar, passados 5-10 mins, é difícil reproduzir os acontecimentos de um modo detalhado e acabam no esquecimento. Hoje foi uma dessas noites visitadas por um bom sonho, e neste caso, assim como nas ideias repentinas, gravar de imediato o momento vivido, por palavras no telemóvel (mesmo às 6am), pode ser a solução para conservar um registo.

O sonho falava no tempo em que o vírus acabou... e a cidade comemorou o final deste período inaudito... a cidade estava em festa e engalanada, todos queriam comemorar com todos, uma grande sede de abraços, beijos, de conversas a menos de 2m... o reencontro com aqueles que tanto gostávamos e com aqueles que não tanto.
No tempo em que o vírus acabou, houve música, muita música e dançámos... e comemos e bebemos. Trocámos flores, mas não eram cravos, eram todas as flores com todas as cores, um 1º de Maio renovado. Houve teatro e cinema à noite. O medo e a solidão partiram.
No tempo em que o vírus acabou... não queríamos mais lembrar o que se tinha passado. Queríamos acreditar (e tínhamos de acreditar) que o futuro ia ser melhor, mas diferente, a vida não seria igual, mas ia ser VIDA.
No tempo em que o vírus acabou... lembrámos os que tinham partido, os nossos e os outros. Cantámos até a garganta doer: a “Marselhesa”, a “Bella Ciao”... e as nossas canções... e a línguas, faladas pela multidão, tinham-se fundido numa Babel entendível.
No tempo em que o vírus acabou... vai acontecer!


Sem comentários:

Enviar um comentário