quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

um dos bons filmes de 2020

Não foi um ano de muitas visualizações nos grandes écrans...

Mas este ficará na memória...

MALMKROG, Cristi Puiu

Todo filmado em interiores, falado principalmente num francês apurado, uma longa e palavrosa discussão entre aristrocatas russos (quase um manual de filosofia) sobre as visões do final do século 19 em volta de religião, guerra e bem contra o mal... O tema europeísmo é excelentemente desenvolvido.
Excelentes encruzamentos com as cenas domésticas e alguma premonição da revolução russa que viria...
Um grande risco cinematográfico muito bem sucedido. *****
Um filme prejudicado pela situação pandémica... merecia melhores audiências






terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Luta desigual

Em setembro 18 2020, morreu Ruth Bader Ginsburg, a segunda mulher juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos apontada por Bill Cliton (96 votos a favor em 100, em 1993). Uma figura icónica pela defesa da igualdade de género e liberdades individuais.

O filme “On the Basis of Sex” (Uma Luta Desigual), um filme biográfico de 2018 baseado na vida e casos iniciais de Ginsburg (período de 1970), realizado por Mimi Leder e guião de Daniel Stiepleman, com Felicity Jones como Ginsburg, descrevem bem os tempos difíceis, antes da nomeação para o Supremo.







um filme curto...

Em 2019, escrevi um pequeno livro de Contos Breves (11+1). 

António Abernú, Ator, Encenador, Formador, e Autor de textos para Teatro, escolheu um dos textos (ESPERO QUE SE ENCONTRE BEM) e realizou um pequeno filme. Obrigado António pela imaginação e amizade.

O filme faz parte do projeto cultura_online e foi divulgado a partir de setembro 2020 pela Biblioteca da FCT NOVA (instagram, facebook e webpage).


http://bibliotecaunl.blogspot.com/2020/09/contos-breves-filme.html

Enzymes for Solving Humankind´s Problems (2020)


"Enzymes for Solving Humankind's Problems" / Springer Book

English:

Title:

NOVA School of Science and Technology researchers edited a Book with Springer on "Enzymes for Solving Humankind's Problems"

Text:

José Moura, Isabel Moura and Luisa Maia (https://sites.fct.unl.pt/biologicalchemistryatfctunl) gathered several international and national renowned experts to put together a Book (https://www.springer.com/in/book/9783030583149) on how enzymes and artificial systems can be exploited to tackle key Humankind's challenges, including: climate change, carbon footprint and economy and carbon dioxide utilisation; nitrogen footprint and fixation and nitrous oxide mitigation; hydrogen production, fuel cells and energy from bacteria; biomass transformation and production of added-value compounds, as well as biosensors development. 

The collaboration and contribution of several colleagues from NOVA and other institutions were very fruitful and a matter of great pride.

More details about the Book can be found at 

https://www.springer.com/in/book/9783030583149

 

Portugês:


Título:


Investigadores da FCT NOVA editam Livro com a Springer sobre Enzimas para Resolver os Desafios da Humanidade ("Enzymes for Solving Humankind's Problems")

Texto:

José Moura, Isabel Moura e Luisa Maia (https://sites.fct.unl.pt/biologicalchemistryatfctunl) reuniram vários investigadores de renome, internacionais e nacionais, para editarem um Livro (https://www.springer.com/in/book/9783030583149) sobre como os enzimas e alguns sistemas artificias podem ser explorados para solucionar vários dos grandes desafios que a humanidade enfrenta actualmente, nomeadamente: alterações climáticas, "pegada" e economia de carbono e utilização de dióxido de carbono (CDU); "pegada" de azoto, fixação de azoto e mitigação do óxido nitroso; produção de hidrogénio, "células de combustível" e energia das bactérias; transformação de biomassa e produção de compostos de valor acrescentado; desenvolvimento de biossensores.

A colaboração e contribuição de vária(o)s colegas da NOVA e outras instituições foram muito produtivas e motivo de grande orgulho. 

Mais detalhes sobre este Livro podem ser encontrados  em https://www.springer.com/in/book/9783030583149




A SOLIDÃO E A PANDEMIA

 A SOLIDÃO E A PANDEMIA


Oito meses passados – e depois de muita discussão em torno dos prós e contras do...


TELETRABALHO ...

... inovadora forma de trabalhar!

... UNS ACEITAM BEM, OUTROS NÃO...


Variadas análises psico-sociológicos indicam que devemos estar atento e não descurar os efeitos adversos que mais uma temporada - sem data de fim anunciada - fora dos escritórios físicos terá nos teletrabalhadores "e já para não falar nas empresas que decidiram adoptar este modelo por um longo período de tempo – como são exemplo o Facebook e o Twitter – ou até para sempre. "


"Afinal, trabalhar a partir de casa não é, para muitos indivíduos, a realização de um sonho há muito desejado, mas antes um pesadelo com contornos variados e no qual se destaca um sentimento comum: a solidão."


Ainda saberemos conversar – comunicar olhos nos olhos daqui a uns tempos?




Adeus / Cruzeiros Seixas e Eduardo Lourenço

Partiram em fim de 2020 dois grandes vuosa da nossa cultura.


CRUZEIRO SEIXAS

um dos nomes fundamentais do surrealismo em Portugal, morreu em fim de 2020, aos 99 anos, em Lisboa

autor de um vasto trabalho de desenho e pintura, poesia, escultura e objectos/escultura


Em dezembro, uma magnífica exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes.Grande relevo aos Cadavre Exquis... Seixas em forte interação com surrealistas portugueses: Fernando José Francisco, Cesariny, Gabriel Garcia, Benjamim, Alfredo Luz, e até Paula Rego e mesmo Valter Hugo Mãe. O filme que acompanhava a exposição é por si só digno de menção honrosa... adicionando muita informação e detalhes sobre Seixas, Cesariny e o aparecimento e queda do grupo surreealista em Portugal.





EDUARDO LOURENÇO 

o grande pensador 

do sublime

"Labirinto da Saudade"

um filme que quase retrata a sua imensidão intelectual 

RTP2 ou RTPplay

https://www.rtp.pt/programa/tv/p39807?fbclid=IwAR1FwnP04icUBh1UdinyNr3NUyRrbnryEjZXQmsWO2zc3TECg3nKjaVmJn0


Ser otimista ou não...

Gostava de ser otimista.

Quero ser otimisma!


em princípio de dezembro 2020, data deste texto...


A situação é muito, muito grave. Números são alarmantes e nem todos estamos a ter consciência do que se está a passar no País. Não se pode deixar de falar sobre e espalhar a preocupação aos sete ventos... aos familiares, aos amigos, aos conhecidos, ao papagaio e ao periquito. Está nas nossas mãos, mesmo, a imposição daquelas medidas que podem conter a transmissão: manter as distâncias, evitar contactos próximos, higiene de mãos e respiratória, evitar ajuntamentos, fazer “confinamento voluntário” qd possível e a máscara absolutamente e sempre (e ainda cerca de 40% não usam ...). 

Proteger-nos e proteger os outros é um dever. 


A vacina é uma promessa (um percurso ainda longo a percorrer e quando chegar não é para todos de imediato). Antevejo que, pelo menos, mais um ano vai ser assim... 

Como vamos aguentar a situação e que danos nos vai causar? Não quero agora falar nos económicos que sabemos (ou melhor não sabemos) quais as dimensões que vão ser atingidas. O agravamento das situações de grande carência vai aumentar em muitas camadas da população. Isto da saúde e da economia é mesmo um pau de dois bicos.


E nós?... as relações humanas, os olhos nos olhos, os abraços, os beijos? O estar, o conversar, o sentar à mesa num jantar, num café... tão difícil agora, tão pouco relaxante, sentimos medo dum descuido, de um passo impensado, a gratuidade e fatalidade de um acaso...

Mas quero ser otimista ... tenho de ser otimista... não quero ter medo, não quero deixar de fazer algumas das coisas que gostava... ir a um cinema, um espetáculo, um museu... a cultura é segura... ver os amigos em pequeno número de cada vez, ao ar livre numa esplanada, à distância segura com máscara... mas ouvi-los e ter contacto visual (os olhos dizem tanto)... e estarmos, estarmos...

Impor a nós mesmo uma força interior e manter aqueles atos que são humanos para que daqui a um ano ainda possamos dizer ... assim somos... cá estamos!


for the records 

em dezembro de 2020 a vacinação iniciou-se ... Pfizer e AstraZeneca (Oxford).





 

 

a noite é boa conselheira ?

 As inspirações noturnas


O sono é um processo reparador e misterioso.... 

... pode ser tranquilo, ou de grande efervescência (sonhos e pesadelos). 

Também um processo em que se visitam muitos recônditos do consciente perdido no subconsciente. 


Todos esses dados armazenados (conscientes ou inconscientes) são muitas vezes entrançados, enredados, trabalhados e quantas vezes ao acordar, resultam em algo com sentido que corre o risco de se evanescer se não forem registados. Acontece-me muitas vezes, e por isso tenho pressa de passar essas “inspirações” noturnas para tape ou folha branca. E é uma urgência. 


... Vale o que vale !



NOBEL e as MULHERES / 2020

em 2020 estes grandes prémios trouxeram nomes de mulheres notáveis...

nem sempre tem sido assim... 

dezasseis mulheres receberam o Nobel de Literatura, mais que qualquer outro Prémio Nobel.

A poeta norte-americana Louise Glück venceu o Prémio Nobel da Literatura 2020, anunciou, esta quinta-feira, a Academia Sueca. O júri atribuiu o galardão a Glück, de 77 anos, para assinalar a sua "voz poética inconfundível, que com beleza austera, faz universal a existência individual".nte a viver em Cambridge, Massachussetts (EUA), é também professora de Inglês na Universidade de Yale".

O Prémio Nobel da Química 2020 foi atribuído a Emmanuelle Charpentier (francesa, 51 anos, Diretora do Max Planck Inst of Biology, Berlim) e Jennifer A. Doudna (USA, 56 anos, Professora UC, Berkeley) pelo "development of a method for genome editing."

 

Pritzker Prize em honra das laureadas de 2020 (Yvonne Farrell e Shelley Mcnamara (equivalente ao Prémio Nobel para a Arquitetura).


https://www.archdaily.com/949085/pritzker-prize-releases-video-to-honor-2020-laureates-yvonne-farrell-and-shelley-mcnamara?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20List&kth=5%2C016%2C906&fbclid=IwAR0kHWDb7c-jRPXWU94cjKyPKrvInU2etYTpYGDHV4TNMh37EjjQ4YVkHn8




 






The Last Picture Show

Premonição?

Adeus às salas de cinema?


Vários filmes refletem sobre a criação da sétima arte ou a extinção desta, uma triste ameaça em tempos de coronavírus.

Filmes que falavam do cinema, da evasão da realidade e da magia... mas também aqueles que já narravam o vazio que sentiriam os espectadores ao encerrarem salas e acontecerem mudanças de paradigma. 


Uma curta lista:

Sunset Boulevard, Billy Wilder (1951)

The Last Picture Show, Peter Bogdanovich (1971)

Cinema Paradiso, Giuseppe Tornatore (1988)

Ed Wood, Tim Burton (1994)


Penso que a lista de filmes que refletem sobre a criação do cinema ou a extinção deste em seu habitat seria muito longa.


Como diz Carlos Boyero, El País.. “é uma lista comovente ao ser recordada. Mas talvez tenhamos sorte e as salas escuras sobrevivam. Os náufragos e os sonhadores continuamos precisando delas.”


Premonições / Paralelismos



passado, quase presente e futuro


A literatura é contundente, acompanha os factos, descreve-os e faz antevisões. Daniel Defoe escreveu "O Diário do Ano da Peste" em 1720, mais de meio século depois da peste de 1665. Pretendia documentar um acontecimento verdadeiro, quase um manual de sobrevivência criando um elo entre o leitor e o protagonista. Albert Camus, em 1947, consegue descrever a resistência e a resiliência do ser humano durante a peste, e perceber o paralelismo entre a catástrofe e a necessidade das relações humanas. La Valla (A Muralha), Netflix, em episódios de ficção científica futurista descreve acontecimentos passados no futuro, 2045 Espanha (Madrid), não tão longe da nossa realidade, em que um regime ditatorial foi instalado, pela falta de recursos naturais e situação pandémica. A vida no campo tornou-se impossível e, na cidade, uma muralha divide a população entre os poderosos e o resto. 


Momentos que percorrem um espaço temporal com as mesmas preocupações. Não ficam de fora "1984" de Orwell (1949) ou "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury (1947). 


Como Kundera disse... “a vida é uma peça já em obra final, apresentada no palco inteiro sem regresso. Estamos como que atirados à permanente estreia.





a folha branca

As notas dispersas que aqui vão aparecendo têm sempre um início comum 

A folha A4

Folhas DIN A4

Papel especialmente indicado para uso em ambas as faces , em manuscritos, dactilografia, em impressora de jacto de tinta ou laser e para escritórios ou fotocopiadoras.

Apresentação : Pacote de 500 unidades

Qualidade : Papel branco de 80 gramas

Dimensões : 210 x 297 mm


Uma folha A4 é um suporte único que ultrapassa qualquer écran, computador, tablet, etc. Um desafio esta folha verdadeiramente branca, o terrível síndrome de que se vai ou não começar algo... não permite “cut and paste” ... quem lá escreve tem de ser assertivo, preciso e saber ao que vai... pode-se riscar, apagar com borracha ou corretor, mas isso é fazer batota... escrever sem parar é o que vale... depois das ideias estarem bem arrumadas no “computador central”.

Bom trabalho na paisagem branca, sem temores nem arrependimentos ... preenchendo o vazio... mas esta parte é o deleite de quem salta a barreira... e em geral tem um final feliz!

2020 quase 2021

A todos os AMIGOS que aqui "aterram" neste blog, com quem partilhamos os mais diversos assuntos, trocamos opiniões, "conversamos" e mantemos os assuntos em dia, desejo o melhor NATAL possível e um ano de 2021 diferente e esperançoso.

Com amizade.


Neste dias de final de ano vamos recolher alguns textos que apareceram no facebook e que de algum modo expressam este tempos conturbados. Obg. 








sexta-feira, 8 de maio de 2020

A ARDÓSIA DA COZINHA / COVID

Na parede da minha cozinha há uma parede que funciona como um quadro de ardósia.
Os conteúdos vão variando, desenhados a giz.
COVID-19 tinha de ocupar os espaço para lembrar que existe e está por cá ainda muito tempo...


                               (Carlos Farinha foi motivador!)

Arte às "Riscas"


Nos momentos livres, seguindo a linha de pensamento que de médicos, (pintores) e loucos todos temos um pouco, e nas minhas tentativas de pintar... o tema das "riscas" deu origem a várias obras que me ocuparam muito tempo.




Os Espectros de Emissão dos Elementos fora a motivação.
Uma correlação Arte e Ciência.

A magia que alcançam os espectros de emissão dos elementos igualam as cores de Rothko, Matisse e Giott, não falando nos ocres de Altamira ou a luminosidade de Rembrand
Balcells 

Alguma equação química (ou fisica) guarda a memória esquecida das origens.
Cortazár

O espectro de emissão de um elemento químico é um conjunto de frequências de radiação electromagnética emitidas pelos electrões de um átomo quando regresssam ao estado fundamental de energia.
Cada emissão de um elemento é única (uma impressão digital) permitindo identificações especificas. 

A Equação (de Schrodinger) está sub-adjacente...

Ver espectros de emissão em

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Desafio COVID-19

A Biblioteca da FCT NOVA, em tempos de COVID, publicou de modo virtual uma pequena/grande exposição de arte (virtual)
Um desafio de partilha de desenhos dos tempos de quarentena.
"os nossos artistas"
esquerda para a direita, de cima para baixo
Ana Jacinto Nunes / Filipe Romão / Ana Vidigal / Caudia Piscitelli / José Moura / Josefa Reis / Carmen Ramalho / Marcio Clochet / Paula Sebastião / Lourdes Afonso / Joana Santos / Joana Martins / João Silva / Carlos Farinha / Isabel Esteves



domingo, 3 de maio de 2020

... ficção !

No tempo em que o vírus acabou...

Todos passámos pela experiência de viver um sonho (ou um pesadelo), que nos impressionou. Mas ao acordar, passados 5-10 mins, é difícil reproduzir os acontecimentos de um modo detalhado e acabam no esquecimento. Hoje foi uma dessas noites visitadas por um bom sonho, e neste caso, assim como nas ideias repentinas, gravar de imediato o momento vivido, por palavras no telemóvel (mesmo às 6am), pode ser a solução para conservar um registo.

O sonho falava no tempo em que o vírus acabou... e a cidade comemorou o final deste período inaudito... a cidade estava em festa e engalanada, todos queriam comemorar com todos, uma grande sede de abraços, beijos, de conversas a menos de 2m... o reencontro com aqueles que tanto gostávamos e com aqueles que não tanto.
No tempo em que o vírus acabou, houve música, muita música e dançámos... e comemos e bebemos. Trocámos flores, mas não eram cravos, eram todas as flores com todas as cores, um 1º de Maio renovado. Houve teatro e cinema à noite. O medo e a solidão partiram.
No tempo em que o vírus acabou... não queríamos mais lembrar o que se tinha passado. Queríamos acreditar (e tínhamos de acreditar) que o futuro ia ser melhor, mas diferente, a vida não seria igual, mas ia ser VIDA.
No tempo em que o vírus acabou... lembrámos os que tinham partido, os nossos e os outros. Cantámos até a garganta doer: a “Marselhesa”, a “Bella Ciao”... e as nossas canções... e a línguas, faladas pela multidão, tinham-se fundido numa Babel entendível.
No tempo em que o vírus acabou... vai acontecer!


terça-feira, 28 de abril de 2020

MEANING OF LIFE

MEANING OF LIFE
podia ser 
uma canção dos GIFT, um filme dos Monty Python
... mas é mais um TAKE HOME LESSON
Podemos começar pelos lugares comuns: Nunca imaginámos que isto podia acontecer. Nunca pensámos que a nossa vida ia mudar desta maneira. Como vai ser o amanhã? Nada vai ser como antes. Que os planos feitos a curto e médio prazo vão ser alterados (porque os de longo prazo já eram difíceis de prever). 
Por isso, começámos a seer confrontados com e a refletir sobre tudo isto. A tentar perceber os nossos limites, a fragilidade da nossa condição. Mas como dizem que inteligência é a capacidade de nos adaptarmos a novas situações e encontrar soluções para os obstáculos que temos que enfrentar, de imediato partimos a repensar o significado da nossa vida (parece pomposo, mas é a verdade). Atacar problemas de uma multidimensionalidade não imaginável, com tantos vetores, que disparam em todos os sentidos, é tarefa hercúlea. E aprendemos a reagir aos problemas e a relativizar? Com leves restícios partidários, a conversa política alterou-se, e ganhou foco. Ainda muito por resolver, mas aparecem vontades e ideias. Para a linha da frente (serviços de saúde) palavras como sacrifício, generosidade e prestação ganharam significados não mensuráveis à escala humana. Penso que a tranquilidade e natureza dos portugueses tem ajudado, em geral, a conseguirmos manter os serviços em operacionalidade ainda controlada. E assim esperamos que continue a acontecer. O civismo é lei. Que se lixe a praia... O exército (e os paramilitares) reencontraram significado em missões tão dignas, em tempo de paz e em tempo de “guerra” contra o vírus: apoio às populações, bases militares transformadas em hospitais, montagem de hospitais de campanha, distribuição de alimentos. As escolas fecharam, mas reinventaram-se... o ensino à distância para os maiores, a telescola que transformou alguns professores em vedetas (sem o esperarem), que com poucos meios e num curto espaço de tempo, montaram programas que, bem cedo, fazem levantar a malta miúda, ensinando letras, números, cantando e lendo contos, fazendo ginástica e trinta por uma linha. A RTP memória transformou-se, de pequeno canal televisivo, num dos canais com maiores audiências nacionais. Um novo significado... um canal de cultura, de aprendizagem... a nossa futura PBS? Só precisa de oferecer melhores meios pedagógicos e logísticos às aulas... mas tem melhorado neste curto espaço de tempo experimental. Demos novo significado ao 25 de abril e ao 1º de maio sem alterar os conteúdos (imutáveis) e aos feriados que se seguem e que não vamos esquecer. O trabalho, a economia também tem procurado novos significados... mais delicado aqui ... há emprego em causa, recuperações de setores como turismo, viagens, restauração. Lentamente voltarão alguns. 
E tando mudou na nossa(s) sociedades(s). Foi e está a ser uma aprendizagem dura, mas aprendemos muito, muito... e penso, que podemos concordar, que a vida tem novo(s) significado(s). 
Aprendemos a estar sós e o valor de um abraço. As pequenas coisas são mais apreciadas. Pensamos no ar, no sol, no mar.… temos saudades... e a natureza agradece. 
Uma lição para “levar para casa”.


terça-feira, 21 de abril de 2020

Dia Mundial do Livro / 23-04

23 de abril / em tempo de Corona
Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor
A data tem como objetivo reconhecer a importância e a utilidade dos livros, assim como incentivar hábitos de leitura na população: omeios de transmissão de cultura e informação, e ainda, elementos fundamentais no processo educativo. 
As Bibliotecas são a casa dos “livros” ... aqui descritos em muitos e variados suportes ...em tempos de crise e confinamento, a palavra transmitida, as memórias, os conteúdos, são um excelente meio de nos apoiarem no momento em que estamos “distantes” socialmente, mas em que mais ligados queremos estar. 

Dia da TERRA / 22-04

[22 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Terra] 

A data foi criada em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson que resolveu realizar um protesto contra a poluição da Terra, depois de verificar as consequências do desastre petrolífero de Santa Barbara, na Califórnia, ocorrido em 1969. O tema a favor da preservação da terra e do ambiente da Terra passou a estar em agenda políticas.
Em 2020, o tema tem nuances muito mais vastas, e as incertezas sobre o amanhã em temas tão vitais tais sobre a saúde, economia, educação e cultura preocupam-nos a todos e todas ... está em causa a organização social, as relações familiares, enfim o modelo de vida a que estávamos habituados.
Quando voltamos à “normalidade”?

Bom dia da TERRA ... 


Neste dia dediquemos alguns momentos para refletir sobre a nossa conduta e talvez o magnífico poema de Haroon Rashid (aqui traduzido) nos possa ajudar.

Adormecemos num mundo e acordámos num outro.

De repente, a Disney não tem magia,
Paris não é mais romântica,
Nova York não é o último destino,
O grande muro China não é mais uma fortaleza, e 
Meca está vazia.

Abraços e beijos tornaram-se armas, e 
não visitar pais e amigos tornou-se num ato de amor.

De repente, percebemos que poder, beleza e dinheiro são inúteis, e 
não nos permitem ter todo oxigénio por que lutamos.

O mundo continua sua vida e é lindo!
Apenas coloca os humanos em gaiolas.

O PLANETA está a enviar uma mensagem:

“O ser humano não é necessário. 
O ar, a terra, a água e o céu sem os humanos estão bem. 
Quando voltarem (um dia)  lembrem-se que são meus convidados. 
Não são meus donos."

https://www.facebook.com/working4HR



Natureza em tempo de COVID-19

A Natureza / Parque da Bela Vista
uma saída em quarentena em tempos de COVID-19

Dia pingoso... cinzento... 
não resistir e fazer uma caminhada (5 Km), sem ninguém à volta.

A Natureza,
que sabe que é primavera,
cresce em pequenos tufos de cores, amarelos, azuis, brancos, roxos... 
e não que saber se nós andamos por lá ou não.

São os ciclos de vida que agradecem o ar mais limpo, e 
a paisagem deixa-se ver até longe!

Obs. Como agora vemos estas coisas... andávamos ocupados de mais com outras.



quinta-feira, 16 de abril de 2020

ADEUS a Maria de Sousa


Maria de Sousa
Uma das mais eminentes cientistas portugueses com enorme reconhecimento mundial.
Imunologista, que soube fazer a ponte com a Quimica Inorgânica. O Ferro e os linfócitos eram o seu mundo.
Com grande pezar escrevo estas linhas... tive a oportunidade de a contar como amiga ... imaginativa, convicta, com uma perceção clara das limitações da ciência portuguesa em tempos difícies.
Guardo o prazer de termos trabalhado pontualmente.
Uma grande tristeza (uma vítima do COVID) !

Um exemplo que mostra a interdisciplinaridade de Maria de Sousa, juntando bioquímica, imunologia, química bioinorgânica (metais em Biologia / ferro) e espectroscopia.

Maria de Sousa / entrevista 2001 (Ana Sousa Dias)





sábado, 4 de abril de 2020

REFÚGIO






Em tempos de vírus e confinamento.
Páteo nas traseiras da casa, um refúgio.
A janela, pintada na parede, abriu os "horizontes".