terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Premonições / Paralelismos



passado, quase presente e futuro


A literatura é contundente, acompanha os factos, descreve-os e faz antevisões. Daniel Defoe escreveu "O Diário do Ano da Peste" em 1720, mais de meio século depois da peste de 1665. Pretendia documentar um acontecimento verdadeiro, quase um manual de sobrevivência criando um elo entre o leitor e o protagonista. Albert Camus, em 1947, consegue descrever a resistência e a resiliência do ser humano durante a peste, e perceber o paralelismo entre a catástrofe e a necessidade das relações humanas. La Valla (A Muralha), Netflix, em episódios de ficção científica futurista descreve acontecimentos passados no futuro, 2045 Espanha (Madrid), não tão longe da nossa realidade, em que um regime ditatorial foi instalado, pela falta de recursos naturais e situação pandémica. A vida no campo tornou-se impossível e, na cidade, uma muralha divide a população entre os poderosos e o resto. 


Momentos que percorrem um espaço temporal com as mesmas preocupações. Não ficam de fora "1984" de Orwell (1949) ou "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury (1947). 


Como Kundera disse... “a vida é uma peça já em obra final, apresentada no palco inteiro sem regresso. Estamos como que atirados à permanente estreia.





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