domingo, 20 de novembro de 2011

... Philip Glass... Satyagraha... Ópera

METropolitan OPERA – HD – 19 Nov 2011

Satyagraha (a força da verdade) era uma das óperas do MET mais esperadas (2011-2012).
Música - Philip Glass
Libreto - Philp Glass e Constance de Jong
Tenor Richard Croft – M. K. Ghandi
Maestro – Dante Anzolini

Quatro horas de pura imaginação servindo de moldura à música de Philip Glass (minimalista e tão compreensível), ao modo de quase canones (rituais) utizando um texto em sânscrito. Soluções cénicas (quase mágicas) inesperadas; exemplos: o uso de jornais a lembrar o "Indian Oppinion" em modos qual o mais imaginativo e a utilização de fita cola estendida ao longo do palco a lembrar a grande marcha de New Castle, não falando do acto de queima dos cartões de identidade impostos aos indianos. Um fim de tarde maravilhoso e inesquecível na FCG. Os três actos, retratando de um modo livre a estadia de Ghandi na África do Sul (o começo de tudo, 1896-1914), são sàbiamente apadrinhados por Tolstoy, um poeta indiano e Martin Luther King, respectivamente, representando o passado, presente e futuro das teorias e princípios criados e aplicados por Ghandi.

...mais vale vesti-los
antes de nos vestirmos;
...mais vale dar-lhes de comer
antes de comermos…


umas imagens "pirata"... má qualidade mas dá uma ideia da produção
http://www.youtube.com/watch?v=GVU5pendFlo&feature=related

sábado, 19 de novembro de 2011

… os restos do comunismo…


O STATUEPARK nos arredores de Budapest foi um modo airoso que os húngaros encontraram para depôr de uma forma mais ou menos artísticas as estátuas gigantes do período da ditatura comunista. O parque engloba 42 estátuas do periodo de 1945 a 1989. Monumentos alegóricos, personalidades do movimento operário, político e da armada vermelha, incluíndo obras de grandes dimensões Lenine, Marx, Engels, Dimitrov, Capitão Ostapenko, Béla Kun e outros "heróis" do mundo comunista.
Uma visão desafiante, controversa e que dá que pensar.
Mas lá ficou o testemunho para que não seja possível esquecer…

domingo, 13 de novembro de 2011

... celebrar o dia da Cultura Científica!

Que ciência se faz em Portugal?
Quem são os nossos cientistas?
Como trabalham?
O que investigam?
Que resultados obtêm?


O Dia Nacional da Cultura Científica - 24 de Nov, instituído em 1997 para comemorar o nascimento de Rómulo de Carvalho e divulgar o seu trabalho na promoção da cultura científica e no ensino da ciência, celebra-se durante esta semana.

Durante a Semana da Ciência e da Tecnologia, de 21 a 27 de Nov, instituições científicas, universidades, escolas, associações, museus e Centros Ciência Viva de todo o país abrem as suas portas ao público, lançando um convite irrecusável para uma viagem pelo conhecimento.

Assinale a Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 na sua agenda.

ATENÇÃO
Por razões de greve geral convocada para dia 24 de Nov, muitas actividades vão ser antecipadas para dia 23 de Nov. Informe-se.

domingo, 6 de novembro de 2011

… o cubo de MATTA!

A coleccção Berardo, de tempos em tempos, mostra um enorme canvas de Roberto MATTA que sempre me impressionou; a paragem em frente ao quadro é quase obrigatória. Como que arrastando ideias do surrealismo, a pintura mistura formas orgânicas, o fantástico, as galáxias, etc. Um mundo muito sentido e próprio.
Roberto Sebastián Antonio Matta, chileno, envolvido no movimento surrealista, ao vir para a Europa, começa a pintar grandes superficies à maneira dos grandes muralistas. Grandes quadros visionários, inclinados para o abstracionismo, com uma mensagem que reflecte movimentos sociais e políticos.
 “My paintings are an example of the conflict between the need to change the world and other people’s lives and the need to change my life”. Matta


O CUBO é uma das obras mais espectaculares exibido a primeira vez na Galeria Alexandre Iolas em Paris (1966) e agora no Museu Thyssen-Bornmirsza, Madrid.
O conjunto de 5 grandes painéis com um significado especial e cósmico, desenhando formas amorfas, dois deles colocados horizontalmente formando um tecto, reinforçando a ideia de uma caixa, completada através da colocação precisa das outras 3 telas. Quando nos colocamos como sexta parede ou no interior, sentimo-nos como um fecto olhando a placenta, onde glândulas e líquidos dentro de um útero nos trazem simbolismo e recordações ancestrais…

“I have tried to act as if I were located at the center of the cube and the canvas, rather than being a window in front of me, it was one of the six sides of the cube”. Matta 1966

“His most important contribution was the discovery of regions of space unexplored in the realm of art. He followed modern physics in the quest of a new space, which was not to be confused with 3D illusionism. Although still very young, Matta is on of the most profound painters of its generation”. Marcel Duchamp, 1945

sábado, 5 de novembro de 2011

… literatura de longe!

Um nome a reter e a visitar…

ELENA WALSH
Buenos Aires, Argentina

María Elena Walsh (1 Feb 1930 – 10 Jan 2011) was a poet, novelist, musician, dramaturge, writer and composer, mainly known for her songs and books for children, autobiographical and novels poetry.
Born in Villa Sarmiento, Ramos Mejía, Buenos Aires, to an English railway worker, of Irish descent, who played the piano and an Argentine woman of Andalusian descent. As a child, she lived in a big house, where she greatly enjoyed reading and listening to music in a cultural environment.
When she was 15, Walsh had some of her poems published in El Hogar magazine and La Nación newspaper. In 1947, before graduating from art school, she published her first book, Otoño Imperdonable, a collection of poems, which was critically acclaimed and received recognition from important Latin American writers.
After graduation in 1948, she traveled to North America invited for poet Juan Ramon Jiménez and Europe during the Peronism and then moved to Paris where she spent four years in the early 1950s. While there, Walsh performed in concerts featuring Argentine folklore with fellow Argentinean singer Leda Valladares (born 1919), forming the duo Leda & Maria and recording for Le chant du monde.
She returned to Argentina in 1956 after the Revolución Libertadora. In 1958, Walsh wrote numerous TV scripts, plays, poems, books and songs, specially for kids, her stories and songs are highly poetic and entertaining. Her most famous song was “Manuelita la Tortuga” (Manuelita the Turtle) and the Twist of the Monkey Mono Liso. She triumph as a performer too, singing her songs onstage in 1962 (Canciones para mirar) and 1968, Juguemos en el mundo, a show dedicated to grown-ups very critical of the government censorship, recordings and made a film Let's play in the world based on her characters Doña Disparate y Bambuco directed by her partner at that time, Maria Herminia Avellaneda (1933–1997).
Her work has often contained an underlying political message, as in the song El País del Nomeacuerdo ("The Country of IDontRemember"), which was later used as the theme song for The Official Story, winner of the 1985 Academy Award for Best Foreign Language Film.
During the military dictatorship (1976–83) she was a fierce opponent; her song "Oración a la justicia" (Prayer for Justice) became a civil right anthem. In an open letter she criticized the regime censorship comparing the country with a preschool country calling it "Desventuras en el Pais-Jardin-de-Infantes" (Misadventures in the Preschool Country).
In 1985 she received the title of Illustrious Citizen of the City of Buenos Aires, and in 1990 was named Doctor honoris causa of the National University of Cordoba and Illustrious People of Buenos Aires Province as well.
In 1991 she was given the Highly Commended ranking in winning the Hans Christian Andersen Award, a prize awarded by the International Board on Books for Young People.
She was 80 when she died in Buenos Aires on 10 January 2011, after suffering from bone cancer. She lived with her partner, the photographer Sara Facio (born 1932) from 1980 until her death.

Books
Otoño imperdonable - 1947 ("Unforgivable Autumn")
Apenas viaje - 1948 ("As Soon as I Travel")
Baladas con Ángel - 1951 ("Ballads with Angel")
Casi milagro - 1958 ("Almost a Miracle")
Tutú Marambá - 1960
El reino del Revés - 1964 ("The Upside-Down Kingdom")
Zoo loco - 1964 ("Crazy Zoo")
Hecho a mano - 1965 ("Hand Made")
Dailan Kifki - 1966
Cuentopos de Gulubú - 1966 ("Tales of Gulubú")
Aire libre - 1967 ("Open Air")
Juguemos en el mundo - 1970 ("Let's Play in the World")
El diablo inglés - 1974 ("English Devil")
Angelito - 1974 ("Little Angel")
El país de la Geometría - 1974 ("The Country of Geometry")
La Sirena y el Capitán - 1974 ("The Mermaid and the Captain")
Cancionero contra el mal de ojo - 1976 ("Songbook Against the Evil Eye")
Chaucha y palito - 1977 ("Little to Nothing")
Desventuras en el País-Jardín-de-Infantes - 1979 ("Misfortunes in Kindergarten-Country")
Novios de antaño - 1990 ("Lovers of Yore")
Hotel Pioho's Palace - 2002 ("Louse's Palace Hotel")
Wikipedia
El Reino del Revés
Me dijeron que en el Reino del Revés

nada el pájaro y vuela el pez,

que los gatos no hacen miau y dicen “yes”,

porque estudian mucho inglés.


Vamos a ver cómo es
el Reino del Revés.


Me dijeron que en el Reino del Revés

nadie baila con los pies,

que un ladrón es vigilante y otro es juez,

y que dos y dos son tres.


Me dijeron que en el Reino del Revés

cabe un oso en una nuez,

que usan barbas y bigotes los bebés,

y que un año dura un mes.


Me dijeron que en el Reino del Revés
hay un perro pequinés
que se cae para arriba
y una vez
no pudo bajar después.


Me dijeron que en el Reino del Revés

un señor llamado Andrés
tiene 1.530 chimpancés

que si miras no los ves.


Me dijeron que en el Reino del Revés

una araña y un ciempiés
van montados
al palacio del Marqués
en caballos de ajedrez.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

… vintage … 1887

uma curiosidade:
em 1887
Eiffel constrói a Torre com o seu nome
Renoir expões Grandes Baigneuses
Brahms dirige a sua criação Double Concert
Mallarmé publica Album de Vers e Prose
Verdi /Otello estreia La Scala de Milão
um bom ano!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

… Madrid invadida pelos russos…

Madrid dedicou este ano um vasto conjunto de exposições que se espalharam pela cidade: La Casa Encinada (ver este blog), o Museu Thyssen-Bornemisza e a Fundação Juan March.

Anteriormente, o Museu Reina Sofia já tinha mostrado o movimento reconstructivista com grande ênfase para Rotchenko e seus companheiros. A exposição de La Casa Encinada foca sobre o controlo da política na criatividade (ver este blog). O Thyssen foi buscar ao seus espólios os chamados vanguardistas russos. A Fundação Juan March mostra, agora, um magnífico conjuntos de obras nesta temática, dedicado a Aleksandr Deineka, um dos maior pintor (e grafista) ao serviço da revolução comunista. Um homem do regime! E um grande artista…


Aleksandr Deineka (1899–1969)
Uma vanguarda para o proletariado

7 out 2011 – 15 jan 2012

O mundo de Deineka

A vida melhorou camaradas, a vida é mais alegre...
Stalin 1935...

A indústria absorve a arte ou a arte elevará a indústria ao Olimpo? Objectivamente não há diferenca no resultado. O muro que separa a arte da indústria e da natureza desaparecerá... A posição actual dos rios, montanhas e campos não pode ser definitivo....
Lev Trotski 1923

A vida é bela, especialmente na primavera e nos dias próximos do primeiro de maio, a  festa mundial dos trabalhadores... uma festa particularmente importante para os trabalhadores e artistas… o espelho da profunda humanidade das ideias de Lenin…
Deyneka, 1932

Aleksandr Deyneka USSR
Pintor soviético, grafista, escultor, um elemento da máquina de propaganda, um dos mais importantes pintor da primeira parte do séc XX.

Estudou em Kharkov (Colégio de Arte – aluno de Alexander Lubimov). Fundador do movimento de artistas gráficos. O seu trabalho ganhou grande relevo. Os cartazes políticos são muito conhecidos, em particular com os relacionados com o mega programa de electrificação da Rússia e expansão da rádio.
Deineka pintou obras monumentais (ex. A Defesa de Petrogrado, 1942), e muitas telas onde trabalha temas como trabalhadores, desportistas, e actividades partidárias (operárias de téxteis, corredores, futebolistas, esquiadores, etc) assim como cenas sociais.



Os mosaicos do Metro de Moscovo (estação Mayakovskaya) são espectaculares. 
Foi agraciado com a Ordem de Mérito de Lenin.