domingo, 19 de agosto de 2012

... mesmo preocupante! (Opinião)

2/3 dos estudantes universitários pensam partir para fora de Portugal, na procura de um emprego condigno, onde possam aplicar os conhecimentos que aprenderam. Este é o resultado de um inquérito feito pelas Associações de Estudantes. Um resultado que não surpreende tendo em conta que a maioria dos nossos licenciados só encontram posições em "call centers" e como "caixas de supermercado".
Se falarmos ainda de outras ocupações que decorrem normais como empregabilidade de jovens licenciados, por exemplo a investigação científica, sabemos que, de cerca de 1000 bolsas que foram dado no âmbito do Programa Ciência pela FCT, as renovações não vão ser efectuadas e foi aberto um concurso que vai contemplar só 80 lugares.
Em termos de oportunidades e remunerações é confrangedor ver as ofertas feitas a engenheiros, arquitectos, em termos salariais e mais ainda das condições exigidas e horários que são verdadeiras explorações laborais. Mais ainda, todo o jogo de contratos e recibos verdes, e outras precariedades parece estar quase à margem da lei. Já para não falar a escandalosa oferta salarial feita à classe de enfermagem.
A juntar a tudo isto, as "magníficas" e “oportunas” palavras do nosso PM que incentivou ao exodo dos nossos jovens.
A insegurança a todos os níveis, o novo paradigma de que o emprego não está relacionado com estabilidade, a escassez de empregos e oportunidades, leva a esta drenagem de mão de obra qualificada. Muito preocupante, tanto mais que o País investiu nesse enorme número de alunos universitários, que “ainda” saem das nossas Universidades com uma preparação excelente e vão abraçar projectos noutros países, enriquecendo esses tecidos produtivos, em detrimento da inovação e progresso do nosso país. Sem que estas palavras sejam em detrimento de permuta de técnicos, aprendizagem e formação fora e de troca de experiências e descobertas de novos ambientes e práticas.
Em tempos passados havia uma política diferente, mais humana e de empregabilidade. Investiu-se, no passado, em todo um programa que estava a requalificar o emprego jovem em Portugal. Infelizmente, parece ser prática corrente, que quando se muda de governo, haver uma necessidade de tudo começar de novo, e não atender a que programas e medidas válidos deviam ser preservados e continuados, sem pôr labels a governos ou forças políticas. Lamentavelmente, parece que quando de muda de socialistas para sociais democratas, mais uma vez, o ser humano e a pessoa é esquecida e apenas se elevam os valores de tecnocracidade e objectivos do imediato, custem o que custar.
Uma situação preocupante e castradora que parece não ser prioritária para os governantes e que vão lesar irreversivelmente o futuro de todos nós.

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