quarta-feira, 3 de outubro de 2012

... tanto mar!


O mar que une Brasil e Portugal 
Pierre Aderne
28.09.2012 - Nuno Pacheco – Jornal Público (extratos)

Um brasileiro nascido em França fez um documentário e um disco para que o Brasil nos entenda melhor. "Bem me Quer, Mar me Quer" mostra que há águas que unem sem afogar


Agora, em 2012, finda a trilogia (Casa de Praia (2005), Alto Mar (2007) e Água Doce (2010), Pierre usa a inspiração marítima para um novo projecto: o disco Bem me Quer, Mar me Quer. Que por sua vez nasceu de um documentário, feito entre Portugal e Brasil: Música Portuguesa Brasileira, uma forma de dar a volta à velha sigla MPB (Música Popular Brasileira) mas procurando pontos de ligação entre culturas e géneros musicais. O filme estreou-se no Canal Brasil no dia 15, passou no Douro Film Harvest, em Favaios, e terá estreia lisboeta em Novembro, no São Jorge.



O disco, a que Pierre pôs o nome de Bem me Quer, Mar me Quer, surgiu depois. Quando, como sempre acontece ao dar-se com outros músicos (e Pierre já selou parcerias com nome como Madeleine Peyroux, Melody Gardot, Wagner Tiso, Paulinho Moska, Rodrigo Maranhão, Edu Krieger, Seu Jorge, António Zambujo, Cuca Roseta, Alexia Bomtempo), quis trabalhar com eles. "Por exemplo, a primeira coisa que me aconteceu depois de conhecer a música do Palma, o humor que ele tinha, foi querer compor com ele. Foi um processo natural, conhecer essas pessoas e compor." Mas ele não se limitou a compor. Escreveu já a pensar nas parcerias. "É como se tivesse escrito p'ra cinema. O JP Simões, na faixa que eu compus com ele, escrevi a letra já imaginando o que ele escreveria sobre aquele mesmo tema.

 As gravações demoraram quatro a cinco dias nos estúdios da Valentim de Carvalho em Paço d'Arcos, o que, diz Pierre, o que quase endoideceu os técnicos de gravação.
Mas com este disco ele quis mostrar que é possível deixar a música conviver, sem encontros forçados. "Eu acho que o disco pode ser ouvido no Brasil imaginando que a gente é o mesmo povo. A música contemporânea portuguesa já está muito mais palatável para os ouvidos brasileiros."

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