terça-feira, 12 de junho de 2012

... dançar


LA VALSE
Curta-metragem
Estreia absoluta 1 de Junho 2012, Teatro Camões
Um filme magnífico...

Realização João Botelho | Coreografia Paulo Ribeiro
Música Maurice Ravel
Direção musical do Maestro Pedro de Freitas Branco (Paris, 1953)
Co-Produção  AR DE FILMES / CNB
Com os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado

Foi intenção de Maurice Ravel, cerca de 1906, compor para orquestra um tributo à valsa e a Johann Strauss II. Pretendia que fosse uma obra romântica, que intitulou La Valse, un poème chorégraphique, e sobre a qual escreveu ser ‘uma espécie de apoteose da valsa vienense mesclando-se na minha cabeça com a ideia de turbilhão fantástico do destino.’ Acontece porém, que Ravel acaba por se alistar no exército e interrompe a sua criação musical. Só em 1919, após a 1.ª Guerra Mundial, retoma a ideia, em resposta a uma encomenda de Serguei Diaghilev, para os Ballets Russes. Ravel refaz integralmente a concepção inicial.
Influenciado pela experiência da guerra, o romantismo perde dominância e o ritmo da valsa deriva frequentemente para o caos, numa metáfora à Europa de então. A estreia acabou por acontecer em dezembro de 1920, sem que Diaghilev a tivesse utilizado, por a ter considerado ‘não como um ballet, mas como um retrato de um bailado.’ George Balanchine viria a coreografar a composição de Ravel, cerca de trinta anos mais tarde.
Quando os laços da Europa são repetidamente equacionados, a CNB desafia um coreógrafo e um realizador a explorarem a composição de Ravel e a conceberem um olhar cinematográfico sobre o movimento dos corpos.

A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA

Direção/Coreografia Olga Roriz · Música Igor Stravinski, Le Sacre du Printemps · Cenografia Pedro Santiago Cal · Figurinos Olga Roriz e Pedro Santiago Cal · Desenho de luz Clemente Cuba ·  Assistente da coreógrafa Sylvia Rijmer

Estreia absoluta
Lisboa, Centro Cultural de Belém, Companhia COR, 29 de maio de 2010

 A minha Sagração - Olga Roriz

«Apenas o facto de escrever ou deixar escapar-me da boca a conjugação destas simples palavras «a minha Sagração», me transtorna a mente, o coração, a flor da pele. O tempo parece não ter passado desde que, ainda jovem, interpretei o papel da eleita do coreógrafo Joseph Roussillo no Ballet Gulbenkian. O tempo parece não ter passado desde a primeira vez que vi, num minúsculo televisor, a versão de Pina e ter decidido nunca coreografar esta peça. O tempo parece não ter passado desde a polémica estreia de Nijinski/Stravinski. Mas o tempo passou e a obra perdura no nosso imaginário cultural. O fascínio e respeito pela partitura foram determinantes para a minha interpretação, construção dramatúrgica e coreográfica da peça. A fidelidade ao guião de Stravinski foi, desde o início, o único caminho com o qual me propus confrontar. No entanto, dois aspectos se distanciaram do conceito original. Visões personalizadas que imprimem à história uma lógica mais possível à minha compreensão, mais aprazível à minha manipulação.
Em 1.º lugar concedi ao personagem do Sábio um protagonismo invulgar, sendo ele que inicia a peça. Ainda em silêncio e durante todo o Prelúdio habita o espaço solitário e vazio traçando nos seus gestos um percurso de premunição, antecipação e preparação do terreno para o ritual. A 2º opção, que se distancia drasticamente do conceito original, reside no facto de o personagem da Eleita não ser tratada como uma vítima no sentido dramático da questão. A minha Eleita sente-se uma privilegiada e quer dançar até sucumbir. Em nenhum momento se sente obrigada ou castigada nem o medo a invade. Ela expõe a sua força e energia vitais lutando cegamente contra o cansaço.»

Em digressão pelo país!

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