terça-feira, 12 de abril de 2011

… nem branco nem preto!

Nothing is ever black or white
É um filme da HBO … Tommy Lee Jones e Samuel L. Jackson.
Vi num cartaz em Times Square, NY (Fev 2011).
É também uma frase.
E é bem verdade. E dá para pensar ou melhor refletir.

Branco e preto tem o sentido do antagónico.
O negro absorve a luz. O branco reflete a luz.

O negro e o branco. O racismo …
Mas não existem também os amarelos, os vermelhos, os mais ou menos castanhos, os morenos, os pálidos?

Os extremos?
O cheio e o vazio
Mas há o meio cheio e o meio vazio.
O quente e o frio
Mas há o morno. A delicia de uma tarde de Primavera ou Outono!
O doce e o amargo
Mas o agridoce é estimulante.

Assim é a vida, como interagimos, como amamos, como actuamos… e as suas nuances!

O interagir… As situações extremadas não levam, em geral, a nada. É preciso saber dialogar, ouvir, entender os outros e aproximar o “branco do preto” e “o preto do branco”… encontrar na diferença algo de estimulante e revelador de novas oportunidades. Do diálogo pode nascer a solução inesperada.  E a solução pode estar no meio.

O amar… o objecto amado… a paixão é algo de muito complexo que envolve um “milhão” de estímulos e turbilhões e razões que a razão nunca compreenderá... é há “química” envolvida…  dizem, e muito mais. Por isso, ao procurar entender o objecto amado podem ser encontradas facetas diferenciadas e não convencionais. Um homem ama uma mulher, uma mulher ama um homem, os pais amam os filhos, um homem (ou mulher) ama uma criança, um homem pode amar um homem e uma mulher amar uma mulher e um animal pode amar o seu dono e ser amado por ele..  O “pan-amor” é um estado de graça e se atingido conduz à felicidade. Nada é branco nem preto, uma vez mais.

E há o amor de grandes dimensões e por causas em que se acredita, não existindo um objecto preciso. E são apostas e desafios por algo que tem de ser gerido a contento de muitos.
E uns gostam de branco e outros de preto… nada a fazer.

O actuar… Um bom exemplo deste gosto insano pelas cores opostas é a intransigência da nossa situação política. As “guerras” e posições irreversíveis “pelo branco ou pelo preto” resultaram no descalabro institucional e social que estamos a viver. Se o “branco e preto” não fosse a ambição desmesurada pelo poder e por interesses extremadas, mas se o panton procurado/encontrado fosse algo parecido com a tonalidade do país e das gentes que o habitam e sofrem as consequências, outras soluções teriam sido encontradas.

Por tudo isto, não há só branco e preto.
Cada vez mais gosto do cinzento… é a côr que associo à tolerância.
Mas detesto os cinzentões!
E não esquecer que a luz branca se decompõem num prisma óptico em sete cores, todas elas absorvidas pelo corpo negro… assim diz a Física!

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